domingo, agosto 08, 2010

[Paz-me] recomenda 02: Amigo do Tempo - Mombojó

Olá,
Dando sequencia à sessão [Paz-me] recomenda, indicamos o terceiro álbum da banda Mombojó intitulado "Amigo do Tempo"

Nunca é fácil explicar um disco do Mombojó. É o tipo de banda que desafia o ouvinte a cada faixa. E tal ousadia sempre paga lá o seu preço. Há o risco de não ser compreendido por quem espera um som mais pop e de fácil assimilação. Ou seja, de serem rotulados de inacessíveis, “banda difícil”, hermética. E a glória de cair nas graças de quem gosta de ser desafiado, estimulado a entender cada fragmento de som e de letra. Ou a indiferença de quem adota a equação do “não entendi = arte”.
Enfim, todos terão razão. Vai depender muito do gosto do freguês, como tudo na vida. O que mais impressiona no caso do Mombojó é que eles parecem não forçar a barra para parecer isso ou aquilo. Apenas são. E “Amigo do Tempo” talvez seja o trabalho deles que mais evidencia isso. Se as letras já pareciam colchas de retalhos, onde as partes fazem muito mais sentido do que o todo, a coisa aqui é elvedafa até as últimas consequências. Eis algumas frases que você encontrará durante o caminho de “Amigo do Tempo: “Quem agrada não descansa”. “Um certo autismo me salva”. “Os atentados nunca acontecem aqui”. “O seu sorriso não lembra mais de mim”. “Não sou mais quem fui”.
O som segue a mesma lógica. Não por acaso, a canção mais pop e ensolarada do disco foi escolhida para fechar o trabalho. E, embora com todos esses obstáculos até a chegada de “Papapa”, o álbum é impecável mesmo com a melancolia de faixas como “Triste Demais” e a canção-título. No mais, o disco, com toda sua suposta dificuldade, flui lindamente. Como na leveza pop da abertura, com “Entre a União e a Solidão.” Antimonotonia” não apenas faz justiça ao título como traz várias músicas em uma só. “Qualquer Conclusão” não é de fácil acesso, mas ainda carrega um frescor pop. Um dos grandes achados do disco é o trabalho de guitarras. São discretas quendo necessárias, pesadas nos momentos certos, quase imperceptíveis em alguns casos. Em suma, quem sempre torceu o nariz para o Mombojó vai torcer ainda mais com este disco. Quem é fã, descobrirá o óbvio: eles amadureceram. E tiveram motivos de sobra para isso. Minha única certeza: em tempos de download, eis um disco que merece ser materializado. (Por Hugo Montarroyos). Veja mais em: (http://www.mombojo.com.br/)
Postado por Raufe Pereira

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