quarta-feira, junho 27, 2012

De Músico pra Músico - RAM

Opa!!!

É com grande prazer que inauguramos a seção "De Músico para Músico". A ideia é entrevistar, apresentar, sugerir, bisbilhotar, encher o saco, invadir, matar a curiosidade em relação a um artista de BH que gostamos (de verdade) !!!

Vamos começar com uma banda realmente foda chamada RAM!!!!!!!! Quer sacar o som dos caras antes de ler a entrevista?? Faça isto!!!! Você não vai se arrepender!!!!! O disco Orange Orgio Orbis está disponível aqui !!!! 

Ouviu?? Gostou?? Pois é!!! Então vamos para a entrevista!!!!!!!!!

[Paz-me]: O som que a banda faz hoje é resultado de um processo pensado ou saiu naturalmente?
RAM: Os dois. Penso alguma coisa quando estou compondo e quando proponho os arranjos, mas nada definitivo. As coisas são experimentadas livremente em estúdio, vale a naturalidade, a espontaneidade e a personalidade dos músicos. A coisa tem q passar a pertencer a todos, a ponto deles expressarem a canção com naturalidade. Então o resultado é sempre surpreendente. E não tem um lugar ao qual queremos chegar. O lance é canalizar todas as nossas propostas e descobrir o que podemos fazer pra ir além. É descobrir, não encontrar. Potencializar as nossas possibilidades a ponto de criarmos algo que nunca tínhamos feito. A interpretação é algo que vai variar em cada contexto e aí a composição estará vulnerável a isso.

[Paz-me]: Se pudessem abrir o show de uma banda qualquer que está na ativa, qual banda seria e por quê?
RAM: Acho que seria P.J. Harvey, Patti Smit ou Neil Young. Esses artistas têm menos pose – têm pose tb, mas a pose é submetida a outros elementos e não o contrário  –  e dão uma atenção à canção e à interpretação que acho q tem a ver com o que o Ram faz.

[Paz-me]: Como é processo de composição da banda? Rola “porrada” até a música ficar pronta?
RAM: Partimos da idéia de que a canção nunca terá corpo definitivo. A versão que será gravada, será a que terá aquela vida naquele momento de gravação, com os recursos de estúdio e tudo mais. A versão do show será a que conta com aquela formação no palco, energia e contexto influenciando. Mas nós fritamos sim, maturamos bastante a composição até a música fazer sentido pra todo mundo que está tocando a ponto de ser interpretada.
[Paz-me]: Vocês têm os instrumentos desejados ou ainda querem comprar o instrumento ideal, dos sonhos?
RAM: Você diz marca? Olha, sempre queremos melhorar né. Mas não achamos que exista o instrumento ideal, pq não queremos nos limitar em determinados timbres. Então a variação é necessária. Mas acho que o artista honesto é aquele que faz com o que tem e sabe usar o que tem. A personalidade está mais aí do que em qualquer outro lugar.

[Paz-me]: Qual a maior furada que a banda já entrou?
RAM: Não tem nenhuma assim, acachapante, mas algumas vezes entramos em esquemas “na brodagem” onde nossa onda não era compreendida e respeitada. Aqueles “enche buraco” em que qualquer coisa que você tocar vale, então não faz diferença o que você toca. É coisa pra ambiente e não compomos pra isso.

[Paz-me]: Na opinião de vocês, existem panelinhas no cenário musical de BH? Tem artista querendo ver o resto da moçada sefu? (sem citar nomes é claro..rssss)
RAM: Cara, panelinha existe em qualquer lugar,eu acho. Eu sei mais de Bh,claro,pq aqui é onde vivi a vida toda e onde trabalho. Não acho que artista nenhum perde seu tempo querendo ver o outro sefu, mas acho que impera o “tapinha nas costas”, do “vai que eu to te vendo”. Ninguém tem que fazer nada pelos outros e quem tá um passo à frente não tem menos trabalho do que quem tá um passo atrás e por isso mesmo não existe essa onda de “puxar o outro, pobrezinho”. Quem trabalha aparece mais cedo ou mais tarde. Acho que BH têm pessoas generosas, talentosas e bem intencionadas. Mas apesar dessa recente onda de artistas e da população interessada em voltar os olhos pra cidade, ainda existe uma coisa das pessoas subestimarem o próximo. Do tipo, “te acho bacana, mas alguém maior tem que me provar que você é bom mesmo, pq minha opinião pequeno-bairrista não é suficiente”. No Recife, em Salvador e em Porto Alegre, vemos exatamente e até exageradamente o contrário.  Enquanto Belo Horizonte tiver que ter o aval do Rio e SP pra ser Belo Horizonte ela nunca saberá quem é. Acho que isso é muito cultural e cultura é um lance que sofre influência de lugares que pouco percebemos. 


O lance da desconfiança do mineiro, bem próximo à ordem e comodismo, à sensatez e sobriedade, que cai num puta pé atrás com o novo e com o diferente. Isso tem consequências em tudo, por exemplo, na falta de espaços, na falta de mídia, na caretice de iniciativas inclusive nos “lugares comum” dos próprios espaços e eventos, na pouca atenção dada à música. Atenção, tô falando de música, não tô falando de festas, pq festa todo mundo vai exatamente pq enche e acabam “percebendo”  a música. Mas da festa pra fora, não tem muita coisa que possibilite que aquela música se alastre. E por aí vai. Isso educa o público e essa educação não é de hoje não, é de décadas. Agora a coisa da internet, da rede, todo mundo se conhece, as iniciativas próprias, sem esperar gravadora, tá mudando, inclusive acho que é o melhor momento da música independente que já vi em BH – apesar da falta de qualificação gerar uns amadorismos, frequentemente. Tudo bem, ainda tá tudo muito localizado na coisa da classe média universitária e é consumido por pessoas muito ligadas ou próximas às atividades artísticas. Mas é questão de dar outro passo e isso está rolando! Mas acho também que impera um esquema de brodage que pode ser nociva. Todo mundo trabalha junto,não tem rixa explícita e declarada, me parece. Mas penso que o lance da relação pessoal vir à frente da relação profissional vicia e cria essas chatices. Na arte a relação não pode ser algo SÓ profissional, frio e distante. O afeto é fundamental, apesar de que isso sugere informalidade e isso pode fuder tudo. Mas a relação pessoal se tornar um pré requisito pra uma maior pré disposição artística nas relação de trabalho, isso sim, faz com que deixemos talvez, de ampliar nossa visão em relação ao que tá rolando em toda a cidade e vejamos só o que tá rolando na nossa rodinha. E cai também numa “chapa branquice” da porra. Seus amigos nunca te falarão o que acham MESMO do seu show. Seu amigo do jornal dificilmente escreverá algo de verdade sobre suas músicas. Por outro lado, é provável que falem de você ou de que vão a seus shows por serem chegados. Ou seja, uma ilusão que não chega a lugar nenhum e não prepara o terreno do artista o suficiente pra possibilidades maiores. Mas apesar disso, eu sou otimista e acho que tá rolando uma puta abertura, uma paixão e valorização do lado bom de ser belo horizonte e um desbunde de fazer acontecer que em algum momento, vai premiar quem merece. A coisa realmente tá bonita e dando pra empolgar! Ainda existem esses problemas, na minha opinião, mas foi você quem perguntou disso, eheheh

[Paz-me]: Qual o mais chato da banda e por quê?
RAM: Cada um tem sua chaticezinha peculiar, mas acho que eu (Paim) sou o mais chato. Sei lá, tenho a impressão, ehhe agora, o por quê, pergunte aos outros...

[Paz-me]: Qual o maior porre que a banda já tomou? Quais foram as consequências disto? Rolou ressaca moral?  
RAM: Algumas vezes passamos som muito cedo e até o show começar já estávamos bem bêbados. Mas temos parado com isso. O maior porre foi num show no Stonehenge, no lançamento de uma revista, quando o vocalista não conseguiu nem começar a primeira música e ainda protagonizou momentos históricos como tentar pular na piscina e outras coisas. E ainda era a estreia do guitarrista novo da banda!

[Paz-me]: Se tivessem que colocar mais um instrumento na banda, qual seria?
RAM: Ah, o Ram  tem o seu núcleo rock (baixo,batera,guitarra,teclado),mas pelo disco já tá pra entender que rola uma flutuação grande ao redor. E isso deve crescer, dado que a ideia da banda é experimentar cada vez mais com estilos diferentes. Tem hora que dá vontade de colocar naipe de sopro, coro, quarteto de cordas, viola caipira... mas isso vai variar de música pra música.

[Paz-me]: Rola RAM fora do Brasil?
RAM: Tem rolado. Austrália, Argentina, África, Japão, Suécia e Alemanha são alguns dos lugares de onde já tivemos feedback.

[Paz-me]: Led Zeppelin, Deep Purple ou Black Sabbath?
RAM: Humble Pie

[Paz-me]: Qual curiosidade da banda que ainda não ganhou as páginas das revistas de fofoca?
RAM: Tem umas que realmente não ganharam as páginas pq não são os tipos de coisas que deixam publicar.

[Paz-me]: Pra terminar...rsss..que porra é esta de tirar foto pelado na banheira?  
RAM: A gente sempre faz isso antes dos shows, troca de energias e tudo...mas no dia tinha uma fotógrafa lá e mandou ver. Nosso segurança escalpelou ela, mas ela já tinha mandado a foto por email. Não que quiséssemos esconder a nossa homo afetividade, mas a gente sabia que depois daquilo os banhos nunca mais seriam os mesmos...e não foram.

[Paz-me] : Leia-se Charles Galvani; RAM: Leia-se Paim
Fotos: Divulgação


É isto aí!!!! Vamo que vamo!!!! Muita paz (me) para todos!!!


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domingo, junho 24, 2012

Qual o estilo da sua banda?

Opa!!!

- E aí cara, beleza? Quanto tempo!!
- Opa, beleza! Na paz?
- Vi que você toca. Muito legal. QUAL O ESTILO DA SUA BANDA?

Cara.... nunca vi uma pergunta tão recorrente e que gere tanta dúvida para responder!!!! Sei lá qual o estilo da minha banda!!! Mas fazer o que.... o cara quer uma resposta!! Então tá....

- Ah velhim.... é rock mas misturamos baião, tem uns momentos de samba, outros de jazz... ahh.. rola uma onda regional e temos um reggae também ... mas o reggae tem um final meio funk ..... sacou? 

Aí piorou .... depois de pensar um pouco o cara fala....

- Ahhhh tá!!! Entendi!!!

Entendeu????? Entendeu como brother?????? Nem eu entendi o que eu falei!!! 

Mas o mais interessante (ou esquisito) é o que ouvimos depois que o cara ouve o som!!!!!!!!! Já ouvimos de tudo..... "lembra o Sá e Guarabira", "é pop rock", "é bom", "é mpb mais pesada um pouco", "lembra fulano de tal" ...... e assim por diante!!!! Tá valendo...... isto que é legal!!!!!!!! 

Resumindo...... a partir de agora vou dizer que nosso estilo é Música Boa, beleza?? Afinal de contas se eu não achar isto, quem vai achar, certo??

Mas uma pergunta ainda esta sem resposta..... Em qual prateleira nosso trabalho vai ficar na loja de discos???

Vamo que vamo!!!! Logo logo tem disco novo por aí!!!
Foto: Local Box Blog
Postado  por Charles Galvani (baixo)

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sábado, junho 16, 2012

Fan Page no Facebook

Opa!!!

Depois de pensar, pensar, pensar...... consultar, pesquisar e sofrer........... resolvemos alterar nosso perfil no Facebook para uma Fan Page!!!!!!!!!!


Aos poucos vamos completando a página com músicas antigas e novas, vídeos, fotos, novidades, opiniões, curiosidades, etc.!!!!!!!! Vai ficar bacana!!!!!!!! 

E como não poderia deixar de ser....... passa lá, explore a página, baixe as músicas, leia, critique, CURTA e compartilhe!!!!!!!

Para acessar a página é só clicar AQUI ..... isto !! AQUI mesmo!!!!!!!

Vamo que vamo !!! Pro estúdio!!!!!
Muita paz (me) para todos!!

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terça-feira, junho 05, 2012

Lançamento da RAMPA Incubadora

Opa!!!

No último final de semana aconteceu o lançamento da RAMPA Incubadora com um show na nova e cara Praça da Savassi. As quatro bandas que compõem a Incubadora são A Fase Rosa, Vitrolas, Valsa Binária e Aldan.

Sábado, por volta das 13hs, recebemos um telefone nos convidando para tocar no lançamento da Incubadora, pois os amigos do Vitrolas não poderiam mais tocar. Aproveitamos este momento para reforçar o que dissemos no palco..... este show foi dedicado, exclusivamente, para o Paulinho Rodriguez  e a trupe do Vitrolas.

Depois de alguns telefones e alterações de planos ....estávamos todos na Savassi ansiosos para subir no palco.

O evento começou com a banda A Fase Rosa que, particularmente, não tinha assistido ao vivo. Os caras fizeram um show com muita competência e musicalidade ...isto mesmo, musicalidade .....parece estranho, mas tem muita música por aí sem musicalidade, saca? Não? Então esquece!! Parabéns para os caras!!!

Depois foi a vez dos amigos do Valsa Binária assumirem a festa!!! Com a participação mega ultra big especial do Serginho Ribeiro no baixo, eles fizeram o show mais rock que já assisti dos caras!!! Isto mesmo!! Mais rock!!! Mais na veia, entende? Show de bola!!!

Lá pelas 16:30hs... mais ou menos por aí.... subimos no palco, acertamos as coisas (depois que o técnico de som acordou.... literalmente) e mandamos ver!!!! Tocamos algumas músicas menos presentes nos nossos shows, como Seu Manel (sem "u" mesmo) e Casa de Roça. Tocamos também, pela segunda vez, a novíssima Na Minha Casa ou Na Sua ....rockão dos bão!!!! Ficamos muito satisfeitos com o resultado e, novamente, algumas pessoas (não conhecidas) vieram conversar com a gente perguntando do cd, contatos, etc. (ahhh.. o cd!!!!! Acho que vamos chamá-lo de Chinese Democracy II.

Pra fechar a noite, a moçada do Aldan subiu e arrebentou!!! Swingueira total, excelentes linhas de baixo (sou suspeito pra falar) ...... energia pura no palco!!! Ahhh .... sugestão para a quinta formação dos Engenheiros do Hawai ..... Serguei, João Gordo e Humberto!!!

Vida longa para a RAMPA e para todas as iniciativas que valorizem a música autoral e independente de BH !!!! Muita força moçada da Incubadora !!!!!!!!!

Vamo que vamo!!!
Fotos: Luciano Viana
Post/resenha feita por Charles Galvani, baixista do [Paz-me]

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